Isto é o que está comprovado e o que não está pela ciência sobre os efeitos deste suplemento.
A glutamina é um aminoácido muito abundante no sangue, já que o organismo pode sintetizá-lo facilmente, e não tem maior importância na síntese proteica do que qualquer outro aminoácido, nem mesmo os essenciais.
Contudo, é atribuída relevância à sua atuação no funcionamento do sistema imunológico, sendo talvez recomendável sua suplementação após a realização de esforços muito exigentes, como maratonas, triatlos de longa distância, e desafios de ciclismo de grande resistência, pois pode fazer sentido reforçá-la.
Nos dias posteriores a um esforço prolongado, quando o sistema imunológico está comprometido, e também após esforços de alta intensidade e extenuantes, é que a suplementação com glutamina demonstra seu efeito.
Está confirmado que a função das células imunológicas permanece deprimida por vários dias após competições, aumentando de forma alarmante a vulnerabilidade a infecções de diversos tipos.
De acordo com as fontes consultadas, é neste contexto que a suplementação com glutamina pode ser benéfica, ao reduzir a probabilidade de infecções por melhorar a função imunológica.
A explicação está no fato de que a glutamina é uma fonte de energia utilizada pelos linfócitos, células fundamentais do sistema imunológico.
Outro benefício da glutamina, relevante no período de recuperação pós-esforço, é sua contribuição para a redução da inflamação, ao conter os níveis de proteína C reativa e interleucina 6 (marcadores inflamatórios) no sangue.
Além disso, estudos atribuem à suplementação com glutamina uma melhora na saúde digestiva, por reduzir a permeabilidade intestinal e promover o crescimento dos enterócitos (células que revestem os intestinos).
Esse efeito no sistema digestivo pode ajudar a minimizar problemas gástricos decorrentes de esforços extremos em competições. Em relação à suplementação de glutamina por outros motivos, como o aumento de massa muscular ou a melhora no desempenho em atividades de resistência, não há comprovações científicas.
Nesse sentido, seria mais útil recorrer a um suplemento proteico combinado com carboidratos, que assegure os aminoácidos essenciais e a reposição energética necessária para garantir uma recuperação ideal, ou à suplementação com creatina, também recomendada para atletas de resistência.
Abaixo, confira uma lista de pontos comprovados e não comprovados sobre a suplementação de glutamina, para ajudar a esclarecer os benefícios reais desse suplemento:
➥ Pontos comprovados pela ciência
1. Auxílio ao sistema imunológico
- A glutamina é uma fonte de energia para os linfócitos, essenciais para a imunidade.
- Pode reduzir a vulnerabilidade a infecções após exercícios intensos, como maratonas ou triatlos.
2. Redução da inflamação
- Contribui para diminuir níveis de proteína C reativa e interleucina 6 no sangue.
3. Melhora da saúde digestiva
- Contribui para a redução da permeabilidade intestinal e favorece o crescimento dos enterócitos.
➥ O que ainda não está comprovado pela ciência
1. Aumento de massa muscular
- Não há evidências robustas de que a glutamina impacta diretamente no ganho muscular.
2. Melhora no desempenho esportivo
- Estudos não confirmam benefícios em atividades de resistência quando comparada a suplementos proteicos ou de carboidratos.
3. Substituição de suplementos tradicionais
- Para recuperação e ganho muscular, suplementos combinados (proteínas + carboidratos) ou creatina ainda são mais recomendados.
- Dicas finais para otimizar o uso da glutamina:
- Considere a suplementação após competições de longa duração para reforçar o sistema imunológico.
- Consulte um profissional de saúde ou nutricionista para avaliar a real necessidade em seu contexto esportivo.
- Combine a glutamina com uma dieta equilibrada para maximizar seus benefícios.