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A estratégia de Pogacar em San Remo revelada - Vídeo

Os segredos da UAE expostos

A estratégia de Pogacar em San Remo revelada

O UAE atualizou sua série de vídeos “Behind the scenes”, onde revela o que normalmente não se vê durante as corridas. Desta vez, o foco é o plano minucioso para a Milão-San Remo.

A edição de Milão-San Remo do último fim de semana ainda é pauta entre inúmeros fãs do ciclismo – e com razão. A 116ª edição da Classicissima já entrou para a história, protagonizada por um espetáculo impressionante de Tadej Pogacar e Mathieu van der Poel, com Filippo Ganna emergindo como a grande revelação. Contudo, por trás dessa atuação icônica, há muito mais a ser desvendado.

Não é mais segredo para ninguém: assim que o UAE Team Emirates divulgou o plano completo que havia sido arquitetado para conquistar a Milão-San Remo – a quinta tentativa de Pogacar neste Monumento italiano – as imagens se espalharam rapidamente pelas redes sociais. 

Em seu canal no YouTube, o time dos Emirados atualizou sua série “Behind the scenes”, com vídeos que mostram todos os detalhes que ficam fora dos holofotes das corridas, um conteúdo irresistível para os curiosos.

Após exibir os treinos e a apresentação pré-corrida, o ponto alto do vídeo é a reunião realizada no dia anterior à prova entre os ciclistas e a comissão técnica. Em uma noite escura em Pavia, dentro do ônibus, foi planejado cada detalhe do que deveria acontecer durante a corrida. 

Tudo foi estudado e analisado utilizando plataformas que fornecem uma gama de informações – desde dados meteorológicos e altimetria até tempos de subida –, como o Epic Ride Weather e o Veloviewer.

Andrej Hauptman, diretor esportivo da UAE, explicou as considerações prévias:

289 km com 2.000 metros de desnivel. Não é a corrida mais difícil, mas com certeza o final será duro. Esse é o nosso objetivo. No começo, teremos chuva, e talvez chuva moderada na linha de chegada. Cipressa é a nossa subida-chave amanhã: 5,6 km com uma média de 4%, sendo que o último quilômetro e meio não é tão íngreme. Nos ‘capi’, acho que é importante estarmos o mais frescos possível ou em uma posição segura. Não precisamos partir com tudo desde o início e depois chegar a Cipressa esgotados (gesto que enfatiza ir ao limite). Não precisamos nos preocupar com o que os outros vão fazer. Cipressa com tudo e, quando a corrida realmente se tornar difícil, aí sim é a vez do Tadej.

Minutos depois, após revisar com Matxin imagens televisivas que mostravam o ponto ideal para atacar em Cipressa, o próprio Pogi se pronunciou para aprofundar a estratégia (conforme vídeo):

Quando a prova começa, é difícil. Mas é preciso estar na frente para intensificar a dificuldade, porque esta é a seção mais exigente até aqui. Aqui é mais tranquilo, então, como você disse, vou até essa curva – vou de baixo até essa curva ali. Essa parte é um pouco mais fácil. Então, nesta curva, respire fundo; Isaac, com tudo, saia desta curva. Dê 25 segundos com tudo. Depois, o pelotão mal conseguirá te ver – se você tiver cinco segundos de vantagem, eles não te enxergam.

É interessante notar que, apesar de Pogacar ter feito todo o possível para dominar um Van der Poel implacável, o plano coletivo do time não saiu perfeitamente como previsto. Após o brilhante trabalho de Tim Wellens desde o início de Cipressa, Del Toro deveria ser o homem-chave, responsável por estabelecer o ritmo máximo na subida. 

No entanto, o mexicano não se apresentou no momento decisivo e sua função acabou sendo assumida por Narváez – algo que não estava nos planos originais. Conforme confirmou Matxin no Het Laatste Nieuws após a corrida, Del Toro enfrentou um problema de posicionamento em Cipressa que o impediu de assumir o papel principal. Será esse o fator determinante que levou à vitória de Van der Poel? Talvez seja preciso esperar até o próximo ano para obter uma resposta definitiva.