O ciclista dinamarquês tem demonstrado um nível excepcional e vem ameaçando a posição de Wout van Aert.
São tempos promissores para o ciclismo. O grupo conhecido como “Big Six” sempre garante espetáculo em todas as corridas em que compete, especialmente quando dois ou mais dos seus integrantes disputam juntos uma prova.
Por muito tempo, nomes como Pogacar, Vingegaard, Roglic, Van der Poel, Van Aert e Evenepoel pareciam estar solidamente estabelecidos. No entanto, um novo desafiante despontou: Mads Pedersen.
O dinamarquês, compatriota de Jonas Vingegaard, iniciou a temporada 2025 com atuações de altíssimo nível. Ele vem ameaçando a posição de Wout van Aert dentro desse seleto grupo, pois o belga, nas poucas provas que disputou até agora, deixou dúvidas quanto à sua forma física. Pedersen quer se firmar entre os grandes e, com seus méritos, vem se aproximando dessa elite.
Conquista marcante na Gent-Wevelgem
Desde 2015, nenhum ciclista conseguira cruzar a linha de chegada da Gent-Wevelgem sozinho. Pedersen alcançou esse feito com um ataque ousado a 53 quilômetros da meta, no penúltimo trecho subindo o Kemmelberg.
Aproveitando a má sorte de Jasper Philipsen, que sofreu um furo e viu suas chances de vitória se esvaírem, o dinamarquês demonstrou ter a força necessária para encarar a temporada das clássicas de primavera. Sendo uma de suas corridas favoritas, essa vitória soma já três troféus ao seu palmarés (2020, 2024 e 2025).
Além disso, esta é a terceira vez nesta temporada que Pedersen cruza a linha de chegada em primeiro lugar. Ele venceu a segunda etapa do Tour de Provence, a sexta etapa da Paris-Nice e, graças à sua regularidade, conquistou também a vitória geral na Provence, além de ter levado a classificação de pontos na Paris-Nice.
O papel de Pedersen também se destacou no único Monumento disputado até o momento. Na Milan-San Remo, o dinamarquês terminou em sétimo, a pouco mais de 40 segundos do grupo formado por Van der Poel, Ganna e Pogacar. Já na E3 Saxo Classic, apenas o holandês – que iniciou 2025 em grande forma – conseguiu lhe arrancar mais uma vitória, a que seria a quarta em apenas três meses de temporada.
Uma ameaça para Van Aert
Por outro lado, Wout van Aert ainda não conseguiu vencer nenhuma corrida na temporada de 2025. O belga participou da Clássica de Jaén, da Volta ao Algarve, da Kuurne-Bruxelas-Kuurne, da Omloop Nieuwsblad e da E3 Saxo Classic.
Em solo andaluz, teve uma atuação discreta, sacrificando-se por seus companheiros e ajudando a manter o grupo unido para que a fuga de cabeça se consolidasse. No Algarve, sua única boa atuação foi na prova contra-relógio final, na qual ficou em segundo lugar, atrás do seu companheiro Jonas Vingegaard.
Agora, disputando as clássicas belgas, em casa e diante do seu público, Van Aert ainda não tem conseguido chamar a atenção. Seu melhor resultado até o momento foi um modesto décimo primeiro lugar na Omloop Nieuwsblad.
Em seu calendário ainda constam outras três corridas na Bélgica (Através da Flandres, Tour das Flandres e Flecha Brabanzona), interrompidas apenas pela Paris-Roubaix, onde ele enfrentará Pogacar e Van der Poel.
Na saída de Paris, Mads Pedersen também estará presente. Até agora, os dois se encontraram apenas na E3 Saxo Classic, onde Pedersen cruzou a meta 13 posições à frente do belga, com mais de um minuto de vantagem. Embora o histórico de vitórias favoreça Van Aert – com 12 vitórias de etapa nas Grandes Voltas, a Milan-San Remo de 2020, entre outros – o esporte tem memória curta, e o “Big Six” não espera por ninguém.
