Na última etapa da 60ª edição do Tirreno-Adriático Crédit Agricole, realizada em 14 de março, o norueguês Fredrik Dversnes, da Uno-X Mobility, alcançou uma vitória marcante ao dominar o sprint final.
Ele completou os 196 km entre Ascoli e Piceno em 5h04min56s, ficando 4 segundos à frente do holandês Mathieu Van der Poel, que havia superado o espanhol Roger Adria na chegada. Este triunfo representa o primeiro ganho do ciclista no circuito WorldTour.
Dversnes comentou após a prova:
"Persistir é fundamental no ciclismo. Os dois dias anteriores foram complicados devido ao frio, mas o clima de hoje nos favoreceu. Arrisquei participar da fuga mesmo sem ter certeza de que conseguiríamos uma boa vantagem na classificação geral, mas conseguimos manter o grupo à frente. Meu diretor esportivo me incentivou a dar o máximo, e faltando apenas 500 metros, percebi que a vitória estava garantida. Essa conquista no WorldTour é a maior da minha carreira até agora – um sonho realizado."
Enquanto isso, a liderança geral segue com o italiano Filippo Ganna, do Ineos-Grenadiers, que mantém um diferencial de 22 segundos sobre o espanhol Juan Ayuso, do Emirates-XRG, e 29 segundos sobre o italiano Antonio Tiberi, do Bahrain-Victorious.
Apesar da boa posição, Ganna enfrentou problemas mecânicos durante a etapa.
"Ao bater num buraco, minha corrente ficou presa entre a coroa e o quadro, e uma pedalada intensa prejudicou a troca de marchas. Felizmente, consegui permanecer com o grupo até os últimos 3 km. Já havia alertado os juízes e minha equipe sobre o incidente. O problema era evidente. Treinamos intensamente na pré-temporada para chegar a esse nível e espero manter esse ritmo por pelo menos mais uma semana. Cheguei à Tirreno-Adriático com objetivos no contra-relógio, na terceira e na quarta etapas. Conversei com o Geraint Thomas, que me garantiu que, dado meu condicionamento, outra etapa disputada a todo vapor não afetaria minha forma, pois teria tempo para descansar na próxima semana. Sou muito grato à equipe por ter garantido a manutenção da liderança."
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Destaques das Camisas e Resultados
- Camisa Azul – Classificação Geral: Filippo Ganna (Ineos-Grenadiers)
- Camisa Ciclámia – Pontos: Jonathan Milan (Lidl-Trek)
- Camisa Verde – Montanha: Manuele Tarozzi (Grupo VF BardianiCSF-Faizanè)
- Camisa Branca – Jovem Ciclista: Juan Ayuso (Emirates-XRG)
Estatísticas e Curiosidades
- Fredrik Dversnes é o primeiro ciclista norueguês a vencer uma etapa do Tirreno-Adriático desde Edvald Boasson Hagen, que conquistou a vitória em Terni, em 2012, somando a oitava vitória norueguesa na prova.
- O triunfo marca a quinta vitória profissional de Dversnes, sendo sua estreia vitoriosa no circuito WorldTour.
- Para a Uno-X Mobility, esta é a primeira vitória no Tirreno-Adriático; o melhor resultado anterior da equipe foi o segundo lugar de Alexander Kristoff, em San Benedetto del Tronto, na temporada passada.
- O terceiro colocado, Roger Adria, alcançou seu melhor resultado na prova ao terminar em 5º lugar em Colfiorito.
- Filippo Ganna agora se iguala a Oscar Freire, ficando em segundo lugar na história em número de vezes que um ciclista liderou a prova – com 11 conquistas –, ficando atrás apenas do recorde de 15, de Roger de Vlaeminck.
- Ganna é o primeiro ciclista a vestir a camisa de líder nas cinco primeiras etapas de uma edição desde Federico Ghiotto, em 1991, e o primeiro a conquistar 5 camisas de líder em uma edição desde Adam Yates, em 2019.
O Desafio da Próxima Etapa
A próxima etapa promete ser a mais exigente desta edição, com um percurso que culmina em uma subida até o cume. O trajeto serpenteia pelos vales do interior de Marche, combinando subidas e descidas intensas na primeira parte e passando por elevações relevantes, como a de Crispiero, rumo ao túnel Fornaci. Após transitar por Visso e Castelsantangelo sul Nera, os competidores enfrentarão a etapa final de subida.
Nos quilômetros finais, a rota se transforma na subida para Frontignano – uma estrada larga que se eleva por quase 8 km, com curvas fechadas e trechos onde os gradientes ultrapassam os 10%, embora a inclinação suavize um pouco nos metros finais.