Escrito por 9:07 pm Perfis de Ciclistas, Notícas Visualizações [tptn_views]

Por Que Tadej Pogačar É Superior a Eddy Merckx: A Análise Reveladora de Michael Woods

Michael Woods, veterano do WorldTour, faz uma declaração bombástica: Tadej Pogačar é vastamente superior a Eddy Merckx. Descubra os argumentos surpreendentes que vão muito além das vitórias e tocam no contexto evolutivo do ciclismo profissional.

Por Que Tadej Pogačar É Superior a Eddy Merckx

A discussão sobre quem é o maior ciclista de todos os tempos sempre gera debates acalorados entre fãs e especialistas. Durante décadas, o nome de Eddy Merckx reinou absoluto como referência máxima do ciclismo mundial. Porém, uma declaração bombástica do veterano canadense Michael Woods está fazendo o mundo do ciclismo repensar essa hierarquia histórica.

Em entrevista exclusiva à Cycling Weekly, o corredor de 39 anos que se despede do Israel-Premier Tech foi categórico: Tadej Pogačar não é apenas comparável a Eddy Merckx – ele é vastamente superior ao lendário “Canibal” belga. Mas os argumentos de Woods vão muito além das vitórias e títulos, tocando em aspectos que raramente são considerados nesse tipo de comparação.

O Contexto que Muda Tudo: População e Profissionalização

O raciocínio de Michael Woods é fascinante por sua simplicidade e lógica irrefutável. Quando Merckx dominava o pelotão profissional nos anos 1970, a população mundial girava em torno de 4 bilhões de pessoas. Hoje, esse número ultrapassou os impressionantes 8 bilhões – uma duplicação em pouco mais de cinquenta anos.

“Merckx estava competindo quando havia apenas quatro bilhões de pessoas no planeta”, explicou Woods. “E apenas quatro países eram realmente bons no ciclismo… e havia caras contra quem ele corria que ainda trabalhavam em outros empregos.”

Essa observação toca em um ponto crucial: a era de Merckx, embora gloriosa, aconteceu em um contexto radicalmente diferente do atual. Muitos ciclistas profissionais da época mantinham trabalhos paralelos para complementar a renda, e o nível de dedicação exclusiva ao esporte era incomparável ao padrão contemporâneo.

A Profundidade do Pelotão Moderno

O ciclismo de hoje representa uma transformação completa em relação aos anos dourados de Merckx. A globalização do esporte trouxe talentos de todos os continentes, desde a Colômbia até a Austrália, passando pela Eslovênia e Eritreia. A base de atletas potenciais cresceu exponencialmente.

Além disso, a ciência esportiva evoluiu de maneira impressionante. Treinamentos baseados em dados de potência, nutrição esportiva de precisão, recuperação otimizada e tecnologia de ponta transformaram o ciclismo em uma ciência exata. Os ciclistas modernos têm acesso a recursos que Merckx jamais poderia imaginar.

“O fato de que Pogačar é tão bom quanto ele é, com esse nível de profundidade, com essa base de talentos sendo explorada, é vastamente superior, vastamente superior”, enfatizou Woods, deixando claro que o nível de competição atual torna as conquistas do esloveno ainda mais impressionantes.

Pogačar: Uma Temporada para a História

A temporada 2024 de Tadej Pogačar não deixou dúvidas sobre seu status de fenômeno do ciclismo. O jovem esloveno, aos 26 anos, conquistou feitos que poucos imaginavam possíveis na era moderna do esporte.

Primeiro, completou a rara dobradinha Giro d’Italia-Tour de France, algo que não acontecia desde 1998 com Marco Pantani. Em seguida, coroou-se Campeão Mundial em Zurique com um ataque solo de 100 quilômetros – uma demonstração de força bruta e coragem que deixou o mundo do ciclismo boquiaberto.

Essa conquista da Tríplice Coroa (Giro, Tour e Mundial no mesmo ano) só havia sido alcançada por dois homens antes dele: Eddy Merckx em 1974 e Stephen Roche em 1987. Pogačar juntou-se a esse clube exclusivo com um estilo de corrida agressivo e espetacular que remete aos melhores dias do próprio Merckx.

Ao longo de 2024, o corredor da UAE Team Emirates acumulou impressionantes 25 vitórias, sendo 24 delas em nível WorldTour. Seus ataques devastadores e sua capacidade de dominar tanto em montanha quanto em contrarrelógio o colocaram em um patamar raramente visto no ciclismo moderno.

A Precocidade Extraordinária

Diferentemente de Woods, que só alcançou o WorldTour aos 29 anos após uma carreira nas categorias continentais, Pogačar começou a vencer grande desde muito jovem. Sua primeira vitória no Tour de France veio aos impressionantes 21 anos, tornando-o o segundo mais jovem campeão da história da corrida francesa.

Esse início precoce e a constância mantida ao longo dos anos são indicativos não apenas de talento bruto, mas de uma mentalidade vencedora excepcional. Pogačar não apenas vence – ele domina com uma facilidade que frequentemente deixa seus adversários sem resposta.

O Desafio Mental da Dominância

Um aspecto fascinante levantado por Woods diz respeito ao futuro de Pogačar. O canadense especula que o maior desafio do esloveno pode não ser físico, mas mental: manter a motivação quando você é indiscutivelmente o melhor.

“Fica menos divertido quando você tem menos oposição”, ponderou Woods. “Então eu certamente acredito nisso. Por isso não prevejo Pogačar correndo até o final dos seus 30 anos. Mas, você nunca sabe. Tipo, ele não precisa. Ele pode parar amanhã. E na minha mente, ele é o maior ciclista que já viveu.”

Woods traçou um paralelo com Peter Sagan, o tricampeão mundial eslovaco que claramente perdeu parte de sua motivação nos últimos anos. “Sagan simplesmente ficou entediado. Você podia ver que ele estava fazendo aquilo como um trabalho. E quando você é um atleta como Pogačar e Sagan… esses caras querem estar empurrando os limites e se testando.”

O Legado em Construção

Com apenas 26 anos, Pogačar já acumula um palmarés que rivalizaria com o de muitos dos maiores nomes da história ao final de suas carreiras. Quatro vitórias no Tour de France, um Giro d’Italia, dois títulos mundiais, e múltiplas vitórias em clássicas monumentais como Liège-Bastogne-Liège e Il Lombardia.

O que torna suas conquistas ainda mais impressionantes é a maneira como ele as alcança. Pogačar não espera a oportunidade perfeita – ele cria essas oportunidades com ataques audaciosos que frequentemente parecem prematuros, mas que invariavelmente funcionam.

Seu ataque de 81 quilômetros na Strade Bianche de 2024, por exemplo, foi considerado loucura por muitos observadores. No entanto, ele cruzou a linha de chegada com mais de dois minutos de vantagem, provando que às vezes a loucura e o gênio andam lado a lado.

O Respeito de Merckx

É importante notar que o próprio Eddy Merckx reconheceu a grandeza de Pogačar. Após a vitória do esloveno no Mundial de 2024, Merckx declarou ao jornal francês L’Équipe: “É óbvio que ele está agora acima de mim.”

Embora Merckx tenha posteriormente esclarecido que se referia especificamente à performance no Mundial, o fato de que o próprio “Canibal” reconhece a superioridade de Pogačar em certos aspectos fala volumes sobre o nível do ciclista esloveno.

Woods e Seu Próximo Capítulo

Enquanto Pogačar continua sua jornada rumo à imortalidade do ciclismo, Michael Woods está prestes a virar uma nova página em sua vida. Aos 39 anos, o canadense se aposenta do pelotão profissional, mas não das bicicletas.

“Eu tenho alguns grandes planos… quero fazer alguns eventos alternativos – itens da lista de desejos… Eu simplesmente amo me exercitar e amo treinar, amo competir”, revelou Woods.

Entre seus objetivos estão eventos do Life Time Grand Prix, a lendária Leadville 100, possivelmente a Cape Epic, e até mesmo um Ironman. “Quero responder à pergunta se eu seria um bom triatleta ou não”, disse ele com entusiasmo.

O Debate Continua

A declaração de Woods certamente adicionará mais lenha à fogueira do debate sobre o maior ciclista de todos os tempos. Tradicionalmente, esse tipo de comparação entre eras é repleto de dificuldades e subjetividades. Como comparar ciclistas que competiram em contextos tão diferentes?

No entanto, o argumento de Woods traz uma perspectiva refrescante e lógica. Ele não está simplesmente contando vitórias ou títulos – ele está considerando o contexto competitivo, a profundidade do talento, e o nível de profissionalização do esporte.

Sob essa ótica, as conquistas de Pogačar ganham uma dimensão ainda maior. Vencer em uma era onde todos os ciclistas são profissionais dedicados em tempo integral, onde a ciência esportiva está no seu auge, e onde a competição é verdadeiramente global, é indiscutivelmente mais desafiador do que dominar em uma época com menos competidores e menor profissionalização.

Conclusão: Uma Nova Era de Grandeza

Independentemente de onde você se posicione nesse debate, uma coisa é inegável: estamos testemunhando algo especial com Tadej Pogačar. Seja ele superior a Merckx ou não, o esloveno está escrevendo seu próprio capítulo na história do ciclismo com letras douradas.

A visão de Michael Woods oferece uma perspectiva valiosa que vai além das estatísticas puras. Ela nos lembra que o contexto importa, que a evolução do esporte importa, e que comparar eras diferentes requer mais do que simplesmente contar troféus.

O que é certo é que o ciclismo está em boas mãos. Com Pogačar liderando a nova geração de superastros, o esporte continua a evoluir e a nos surpreender. E enquanto ele continuar atacando a 100 quilômetros da chegada e dominando adversários que estão entre os melhores do mundo, o debate sobre sua grandeza só tenderá a crescer.

Como disse Woods: ele já pode parar amanhã e ainda assim ser considerado o maior ciclista que já viveu. Mas algo nos diz que Pogačar não está nem perto de terminar sua história. E isso, para os amantes do ciclismo, é a notícia mais empolgante de todas.

Last modified: 26 de outubro de 2025

Fechar