O britânico Tom Pidcock continua surpreendendo o mundo do ciclismo. Mesmo após encerrar oficialmente sua temporada de 2025 no Mundial de Gravel em 12 de outubro, o talentoso corredor da Q36.5 decidiu estender suas “férias ativas” e aparecer na linha de partida do Gravel Burn, uma das mais desafiadoras provas de gravel da África do Sul.
Entre o Noivado e a Bike: A Decisão Surpreendente de Pidcock
Após competir no Mundial de Gravel e na clássica Il Lombardia, Pidcock tirou alguns dias de folga para viajar às paradisíacas Ilhas Seychelles ao lado de sua namorada, Bethany Louise Zajac. Durante essa escapada tropical, o ciclista britânico da equipe INEOS Grenadiers surpreendeu ao fazer um pedido de casamento.
Em suas redes sociais, Pidcock compartilhou o momento especial com seus seguidores, escrevendo: “Fui para lá quando era menino, mas voltei homem”. O romântico gesto marca um novo capítulo na vida pessoal do atleta que conquistou o coração dos fãs do ciclismo mundial com suas performances impressionantes em múltiplas disciplinas.
No entanto, para quem esperava que o britânico aproveitasse uma merecida pausa completa dos pedais, a surpresa foi grande. Logo após a viagem romântica, Pidcock embarcou diretamente para a África do Sul para disputar o prestigiado Gravel Burn, demonstrando que sua paixão pelo ciclismo não conhece limites, mesmo durante o período de descanso.
Gravel Burn: O Novo Desafio Criado Pelo Fundador da Cape Epic
O Gravel Burn não é uma competição qualquer. Idealizado por Kevin Vermaak, o mesmo visionário fundador da lendária Cape Epic – uma das mais prestigiadas provas de mountain bike do mundo – este evento representa uma aposta ambiciosa no crescimento exponencial das competições de gravel em escala global.

O formato da prova é verdadeiramente épico: sete dias consecutivos de competição, totalizando impressionantes 800 quilômetros de percurso com 11.000 metros de ganho de elevação acumulado. Para contextualizar, essa altimetria equivale a escalar o Monte Everest uma vez e meia partindo do nível do mar.
A modalidade gravel, que combina elementos do ciclismo de estrada com a aventura do mountain bike, tem conquistado cada vez mais adeptos ao redor do mundo. De acordo com dados da Cycling Industry News, o mercado de bikes gravel cresceu mais de 30% nos últimos dois anos, consolidando-se como uma das categorias que mais cresce no ciclismo global.
Pelotão de Estrelas no Deserto Africano
Tom Pidcock não está sozinho nesta aventura sul-africana. A lista de participantes do Gravel Burn reúne um verdadeiro quem é quem do ciclismo internacional, incluindo vários ex-profissionais e atletas renomados tanto do ciclismo de estrada quanto do emergente universo gravel.
Entre os nomes de destaque estão Cameron Wurf, conhecido por suas performances em provas de ultra-distância e triathlon Ironman; Lawrence Naesen, especialista belga em clássicas; o australiano Lachlan Morton, famoso por seus desafios alternativos e sua filosofia única de encarar o ciclismo; Chad Haga, Peter Stetina, Lukas Pöstlberger e Simon Pellaud.
Essa concentração de talentos transforma o Gravel Burn em muito mais do que uma simples prova de gravel – trata-se de um verdadeiro laboratório onde ciclistas de diferentes escolas e especialidades se encontram para testar seus limites em terreno neutro.
Resultados Modestos Refletem Espírito de “Férias Ativas”
Diferentemente de suas habituais performances dominadoras, Tom Pidcock está claramente abordando o Gravel Burn sob uma perspectiva mais relaxada. O britânico terminou em 32º lugar na primeira etapa e 37º na segunda, entre os 38 participantes que enfrentaram o desafio inicial.
Ambas as etapas foram conquistadas pelo sul-africano Matthew Beers, que demonstra estar em vantagem competitiva em terreno caseiro. Vale ressaltar que Beers é um especialista em mountain bike e conhece profundamente as condições e peculiaridades dos terrenos africanos, o que lhe confere uma vantagem natural sobre os visitantes internacionais.
Os resultados de Pidcock, embora discretos para seus padrões habituais, não devem ser interpretados como falta de competitividade. O próprio conceito de “férias ativas” sugere que o britânico está utilizando esta competição como uma forma de manter a forma física enquanto desfruta de um ambiente diferente e desafiador, sem a pressão dos compromissos oficiais de sua equipe.
A Versatilidade de Tom Pidcock no Cenário Mundial
A presença de Tom Pidcock no Gravel Burn é apenas mais um capítulo na extraordinária versatilidade deste atleta britânico. Com apenas 25 anos, Pidcock já conquistou vitórias expressivas em múltiplas disciplinas do ciclismo, incluindo mountain bike olímpico (ouro em Tóquio 2020), ciclocross, ciclismo de estrada e, mais recentemente, gravel.
Sua capacidade de transitar entre diferentes modalidades com competitividade em alto nível é algo raro no esporte moderno. Segundo especialistas da VeloNews, apenas um punhado de ciclistas na história conseguiu demonstrar tal amplitude de talentos em um mesmo período competitivo.
A temporada de 2025 marca também um novo capítulo na carreira de Pidcock, que agora representa a marca Q36.5 além de sua equipe WorldTour INEOS Grenadiers. Essa parceria demonstra o crescente interesse de marcas especializadas em associar seus nomes a atletas versáteis que transcendem as barreiras tradicionais entre as diferentes modalidades do ciclismo.
O Futuro do Gravel e o Papel dos Grandes Nomes
A participação de estrelas consagradas como Tom Pidcock em eventos de gravel como o Gravel Burn sinaliza a maturidade e o prestígio crescente desta modalidade. O que começou como uma categoria de nicho está rapidamente se transformando em um dos pilares do ciclismo competitivo moderno.
De acordo com a União Ciclística Internacional (UCI), o número de eventos oficiais de gravel tem crescido exponencialmente, com a inclusão do primeiro Campeonato Mundial de Gravel em 2022. Esse reconhecimento oficial consolida o gravel não apenas como uma tendência passageira, mas como uma disciplina estabelecida no calendário internacional.
A presença de Pidcock e outros nomes de peso nessas competições ajuda a elevar o perfil do gravel, atraindo patrocinadores, cobertura midiática e, consequentemente, novos praticantes para a modalidade. É um círculo virtuoso que beneficia todo o ecossistema do ciclismo.
Conclusão: O Exemplo de Uma Nova Geração de Ciclistas
A aparição de Tom Pidcock no Gravel Burn 2025 transcende os resultados numéricos. Trata-se de um testemunho vivo do novo perfil de ciclista profissional: versátil, apaixonado por desafios diversos e disposto a explorar todas as facetas que o esporte sobre duas rodas pode oferecer.
Enquanto o pelotão atravessa os desafiadores 800 quilômetros da África do Sul, Pidcock não está apenas pedalando – está escrevendo mais um capítulo de uma carreira que promete continuar surpreendendo e inspirando ciclistas ao redor do mundo. Seja nas montanhas olímpicas, nas estradas do Tour de France ou nas trilhas empoeiradas do gravel, o britânico demonstra que o verdadeiro amor pelo ciclismo não conhece fronteiras nem categorias.
E talvez, no final das contas, essa seja a maior vitória: mostrar que é possível competir em alto nível, aproveitar momentos especiais da vida pessoal e ainda encontrar tempo para simplesmente pedalar por puro prazer e aventura.

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Last modified: 28 de outubro de 2025