Pode parecer cedo demais para falar sobre julho de 2026, mas quando se trata do Tour de France Femmes, nunca é tarde para começar a especular. Com o percurso oficial já divulgado, o mundo do ciclismo feminino já fervilha de expectativas e análises sobre quem terá mais chances de conquistar a cobiçada camisa amarela na próxima edição da mais importante corrida feminina do calendário mundial.
A quarta edição do Tour de France Femmes promete ser uma das mais desafiadoras até agora. O traçado revelado para 2026 apresenta uma combinação explosiva de dificuldades: um contrarrelógio individual, a mítica subida do Mont Ventoux e uma variedade impressionante de etapas com perfis completamente distintos.
Um Percurso que Exige Versatilidade Total
Para qualquer ciclista que sonhe em vestir o amarelo em 2026, será fundamental dominar múltiplas habilidades. Não bastará ser apenas uma boa escaladora ou cronometrista. A vencedora precisará demonstrar uma completude técnica raramente vista no pelotão feminino.
Com nove etapas de competição intensa, a corrida testará não apenas a força física, mas também a consistência, a estratégia e a capacidade de recuperação das atletas. Vamos conhecer as principais candidatas que já devem estar ajustando seus planos de treinamento pensando em julho de 2026.
Demi Vollering: A Favorita em Busca da Redenção
Se há uma ciclista que deve estar olhando para o mapa do Tour de France Femmes 2026 com um sorriso no rosto, essa pessoa é Demi Vollering. A ciclista holandesa da FDJ-Suez ficou perto da glória nas duas últimas edições, mas não conseguiu cruzar a linha de chegada com a camisa amarela nos ombros.
O que torna 2026 tão promissor para Vollering? A resposta está no contrarrelógio. Enquanto Pauline Ferrand-Prévot a superou nas montanhas em 2025, a inclusão de uma etapa contra o relógio joga totalmente a favor da holandesa, que historicamente se sai melhor nessa disciplina. Além disso, seu desempenho nas montanhas de média altitude tende a ser superior ao de suas rivais.
Vollering teve uma temporada espetacular em 2025, liderando o ranking de melhores ciclistas do ano. Seu calendário cheio de vitórias mostrou sua forma impressionante, embora tenha falhado em seus objetivos principais. Para 2026, talvez seja hora de adotar uma estratégia mais focada, disputando menos corridas e concentrando toda a energia no Tour.
Pauline Ferrand-Prévot: A Campeã que Quer Repetir o Feito
Como ignorar a mulher que acabou de conquistar o título? Pauline Ferrand-Prévot provou em 2025 que o retorno ao ciclismo de estrada após anos focada no mountain bike não foi apenas bem-sucedido – foi triunfal. Ela estabeleceu a meta de vencer o Tour em três anos e cumpriu em menos de um.
A força da francesa da Visma-Lease a Bike brilha especialmente nas altas montanhas. O Mont Ventoux será um palco perfeito para ela demonstrar seu poder de escalada. O ponto de interrogação fica no contrarrelógio: Ferrand-Prévot não disputou nenhuma prova contra o relógio em 2025, tornando essa habilidade uma incógnita.
Um fator que pode preocupar seus fãs é o fato de que ela encerrou a temporada 2025 com cirurgia no tornozelo, o que atrasará seu retorno aos treinos. No entanto, com sete meses pela frente, há tempo mais do que suficiente para uma recuperação completa e uma preparação adequada.
Kasia Niewiadoma-Phinney: A Consistência que Inspira Respeito
Um fato impressionante define a carreira de Kasia Niewiadoma-Phinney: ela subiu ao pódio em todas as edições do Tour de France Femmes realizadas até agora, incluindo a vitória em 2024. Poucos nomes no ciclismo mundial podem ostentar tal nível de regularidade.
A polonesa da Canyon-SRAM zondacrypto não é conhecida por coleções intermináveis de vitórias, mas sim por sua impressionante consistência. E é exatamente essa característica que faz dela uma candidata tão perigosa, especialmente em uma corrida de nove dias que premia quem consegue manter o nível elevado do início ao fim.
Assim como Ferrand-Prévot, Niewiadoma-Phinney precisa trabalhar no contrarrelógio. Mas as etapas de média dificuldade que compõem boa parte da segunda metade da prova caem como uma luva para suas características. Ela tem o dom de aparecer nas grandes corridas, e 2026 não deve ser diferente.
Marlen Reusser: A Revelação Tardia das Grandes Voltas
O ano de 2025 marcou a consolidação de Marlen Reusser como uma verdadeira competidora de classificação geral. Seus vice-campeonatos no Giro d’Italia e na Vuelta Femenina não deixam dúvidas sobre sua evolução.
Infelizmente, uma doença a tirou do Tour de France logo na primeira etapa, impedindo que víssemos sua versão 2.0 em ação na França. A última vez que competiu no Tour foi em 2023, quando atuava como gregária de Vollering na então equipe SD Worx-Protime, terminando em 27º lugar.
Para 2026, tudo mudou. Reusser agora é a líder absoluta da Movistar, e a corrida começa em seu país natal, a Suíça, o que certamente adicionará uma dose extra de motivação. Além disso, como campeã mundial de contrarrelógio, a etapa 4 parece ter sido desenhada especialmente para ela.
SD Worx-Protime: Anna van der Breggen ou Lotte Kopecky?
A poderosa SD Worx-Protime teve um Tour abaixo do esperado em 2025, sem nenhuma ciclista no top 10. Para 2026, a equipe precisa decidir em quem apostar: a veterana recém-retornada ou a estrela versátil?
Anna van der Breggen, múltipla vencedora de Grandes Voltas, voltou às competições em 2025 após anos como diretora esportiva. Seus resultados foram animadores: terceira na Vuelta, sexta no Giro e 11ª no Tour. Com mais um ano de adaptação, um pódio em 2026 está ao seu alcance, especialmente considerando que as subidas difíceis e o contrarrelógio combinam perfeitamente com seu perfil.
Por outro lado, Lotte Kopecky tem ameaçado se tornar uma competidora séria de GC há anos. Seu segundo lugar no Tour de 2023 e no Giro de 2024 provam seu potencial. Uma temporada 2025 afetada por lesões pode ter atrasado seus planos, mas 2026 poderia ser o ano de sua grande ofensiva pela classificação geral. A pergunta é: com o aumento no número de especialistas em montanha no pelotão, Kopecky conseguirá dar o salto necessário?
UAE Team ADQ: Elisa Longo Borghini ou Pauliena Rooijakkers?
Elisa Longo Borghini tem dedicado suas últimas temporadas ao Giro d’Italia, onde conquistou duas camisas rosa consecutivas. Sua relação com o Tour tem sido complicada – não terminou nenhuma edição desde a primeira em 2022. Mas depois de dominar sua corrida nacional, o chamado do Mont Ventoux pode ser irresistível demais para ignorar.
Caso Longo Borghini opte por permanecer fiel ao Giro, a UAE Team ADQ não ficará desamparada. A nova contratação Pauliena Rooijakkers traz um currículo sólido: terceira em 2024 e nona em 2025 no Tour. Ela é uma competidora confiável de GC, especialmente quando o percurso inclui alta montanha. Uma aquisição inteligente que fortalece significativamente o plantel da equipe emiratense.
Niamh Fisher-Black: Livre para Brilhar
Libertada da complexa estrutura de múltiplas lideranças da SD Worx-Protime, Niamh Fisher-Black floresceu na Lidl-Trek em 2025. Seu quinto lugar geral no Tour provou que, quando recebe as oportunidades certas, ela pode competir com as melhores.
A medalha de prata no Campeonato Mundial aumentou ainda mais sua confiança. Como escaladora pura, Fisher-Black dominará nas montanhas, mas precisará trabalhar intensamente no contrarrelógio para não perder tempo precioso. Com apenas 24 anos, ela representa a nova geração de talento no ciclismo feminino e tem tudo para melhorar seu quinto lugar de 2025.
Sarah Gigante: O Retorno da Azarenta
Poucos ciclistas tiveram uma montanha-russa de emoções tão intensa em 2025 quanto Sarah Gigante. A australiana da AG Insurance-Soudal teve um verão extraordinário: terceira no Giro com duas vitórias de etapa, seguida de um impressionante sexto lugar no Tour.
Então, o destino cruel interveio. Gigante sofreu uma fratura no fêmur em agosto, encerrando prematuramente sua temporada de sonho. A boa notícia? Há tempo de sobra para uma recuperação completa antes de julho de 2026. Baseado em seu desempenho em 2025, a AG Insurance-Soudal deveria apostar todas as fichas nela como líder absoluta.
Puck Pieterse: O Potencial Ainda em Desenvolvimento
Comparada ao seu impactante ano de estreia em 2024, a performance de Puck Pieterse no Tour de 2025 foi mais discreta. A jovem holandesa pode ter exagerado na preparação, uma lição valiosa para o futuro.
Pieterse ainda divide seu tempo entre ciclismo de estrada e mountain bike, mas vem aumentando gradualmente suas competições no asfalto. Com a saída de Rooijakkers, a Fenix-Deceuninck provavelmente depositará mais esperanças em seus ombros. Ela tem o talento necessário para competir no Tour; agora precisa refinar sua abordagem e continuar sua evolução como competidora de classificação geral.
O Que Esperar do Tour de France Femmes 2026?
Com um percurso desafiador que não favorece exclusivamente escaladoras ou cronometristas, o Tour de France Femmes 2026 promete ser uma das edições mais equilibradas e imprevisíveis da história recente da competição. A inclusão do Mont Ventoux adiciona um elemento épico que os fãs adoram, enquanto o contrarrelógio garante que as generalistas terão sua chance de brilhar.
O duelo entre Demi Vollering e Pauline Ferrand-Prévot deve dominar as manchetes nos meses que antecedem a corrida. Vollering busca redenção após duas derrotas consecutivas, enquanto Ferrand-Prévot quer provar que sua vitória em 2025 não foi um acaso. É o tipo de rivalidade que eleva o nível de todo o esporte.
Mas não subestime as outsiders. Niewiadoma-Phinney nunca decepciona, Reusser está em ascensão meteórica, e Fisher-Black representa a fome da juventude. Sem mencionar as incertezas fascinantes em torno de Van der Breggen, Kopecky e a escolha da UAE.
Uma coisa é certa: quem conquistar a camisa amarela em 2026 terá provado ser uma ciclista completa, capaz de vencer em qualquer terreno. E essa versatilidade é exatamente o que torna o ciclismo feminino tão emocionante de acompanhar.
Para mais informações sobre o ciclismo feminino e as principais competições do calendário mundial, continue acompanhando nosso site. E você, quem acredita que vestirá o amarelo em julho de 2026?
O criador desta plataforma é a prova de que experiência e inovação pedalam juntas. Fundador do Ciclismo pelo Mundo, ele transformou décadas de vivência sobre duas rodas em um dos portais mais respeitados do ciclismo nacional.
Mais que um site, construiu um ecossistema onde veteranos e iniciantes convergem em busca de evolução. Cada artigo, vídeo e análise carrega o DNA de quem não apenas pratica, mas vive e respira ciclismo há mais de duas décadas.
Do asfalto às trilhas, dos treinos básicos às estratégias avançadas, o portal traduz a linguagem complexa do esporte em conteúdo acessível e transformador. Um legado digital construído pedalada por pedalada, quilômetro por quilômetro.
2026 Ciclismo Feminino Ciclismo Profissional
Last modified: 28 de outubro de 2025
