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Bradley Wiggins Revela Mágoa com Chris Froome: “Nunca Mais Consegui Confiar Nele”

Bradley Wiggins revela em seu livro ‘The Chain’ os bastidores de sua rivalidade com Chris Froome durante o Tour de France 2012, a mágoa que carregou por nove anos e a libertadora reconciliação que finalmente trouxe paz interior ao ex-campeão britânico.

Bradley Wiggins Revela Mágoa com Chris Froome

Nove anos após a histórica conquista do Tour de France 2012, Bradley Wiggins finalmente se reconciliou com Chris Froome, encerrando uma das rivalidades mais marcantes do ciclismo moderno. Em seu novo livro The Chain, lançado em 23 de outubro, o ex-campeão britânico abre o coração e revela os bastidores de uma relação que definiu uma geração inteira do esporte.

A Ferida que Nunca Cicatrizou Completamente

O momento decisivo aconteceu durante a épica etapa 11 do Tour de France 2012, com chegada em La Toussuire. Naquele dia, Chris Froome parecia desafiar a liderança de seu próprio companheiro de equipe, criando uma tensão que reverberaria por quase uma década no pelotão profissional.

“Se você não consegue confiar nas pessoas que vestem a mesma camisa que você, em quem pode confiar?”, questiona Wiggins em seu livro, revelando a profundidade da mágoa que carregou durante todos esses anos.

O Dia em que Wiggins Quase Abandonou o Tour

Bradley Wiggins
Bradley Wiggins

A revelação mais surpreendente do livro é que Bradley Wiggins chegou a considerar seriamente abandonar a Grande Boucle naquela noite fatídica. Apenas a intervenção de Dave Brailsford e Sean Yates, figuras-chave da Team Sky, convenceram o ciclista britânico a continuar na corrida que ele eventualmente venceria, tornando-se o primeiro britânico a conquistar o Tour de France.

“A partir daquele momento, nunca mais consegui confiar em Chris”, admite Wiggins com uma franqueza rara no mundo do ciclismo profissional. Essa quebra de confiança se manifestou de formas dolorosas nos anos seguintes, incluindo a exclusão de Froome de um gala em homenagem a Wiggins – um gesto que o próprio autor agora descreve como “patético”.

A Reconciliação que Trouxe Paz Interior

Em 2021, depois de anos de silêncio e ressentimento, os dois lendários ciclistas britânicos finalmente se reconciliaram. Para Wiggins, esse momento representou muito mais do que simplesmente fazer as pazes com um antigo companheiro de equipe – foi uma verdadeira libertação emocional.

“Eu o machuquei, e não deveria ter feito isso. Poder falar com ele novamente e pedir desculpas foi uma verdadeira libertação”, escreve o ex-campeão olímpico, demonstrando uma maturidade emocional que contrasta com a amargura que manteve durante tanto tempo.

A Jornada Pessoal de Wiggins Após a Aposentadoria

O livro The Chain vai muito além da rivalidade com Froome. Bradley Wiggins revela sua difícil transição para a vida após o ciclismo profissional, marcada por vícios, isolamento social e uma profunda perda de propósito. A luta contra dependências e a busca por reconstruir sua identidade longe das competições fazem parte dessa narrativa brutalmente honesta.

“Era prejudicial guardar tanta amargura dentro de mim”, confessa Wiggins, reconhecendo que manter o ressentimento estava causando mais dano a si mesmo do que a qualquer outra pessoa. Essa percepção marcou o início de sua jornada em direção à paz interior e à reconciliação – não apenas com Froome, mas consigo mesmo.

O Legado da Team Sky e as Rivalidades Internas

A história entre Wiggins e Froome ilumina um dos aspectos mais complexos do ciclismo profissional: as rivalidades dentro da própria equipe. A Team Sky (atual Ineos Grenadiers) dominou o Tour de France durante anos, mas essa supremacia veio acompanhada de tensões internas que frequentemente ameaçavam explodir em público.

Chris Froome, que viria a conquistar quatro títulos do Tour de France após 2012, sempre teve que lidar com as sombras daquela etapa em La Toussuire. Muitos críticos questionaram se ele deveria ter respeitado mais claramente a hierarquia da equipe, enquanto outros argumentavam que sua agressividade era simplesmente a marca de um verdadeiro campeão.

Lições de Maturidade e Perdão no Esporte

A jornada de Bradley Wiggins de ressentimento à reconciliação oferece lições valiosas que transcendem o ciclismo. Em um mundo esportivo frequentemente marcado por egos inflados e rancores duradouros, sua capacidade de reconhecer seus próprios erros e buscar o perdão é exemplar.

O impacto emocional de carregar mágoas por quase uma década deixou marcas profundas no ex-campeão. Seu relato franco sobre saúde mental e bem-estar emocional ressoa particularmente em uma época em que o esporte está finalmente começando a reconhecer a importância do cuidado psicológico dos atletas.

O Futuro das Relações no Pelotão Profissional

A história de Wiggins e Froome serve como um lembrete poderoso de que, por trás dos capacetes e uniformes coloridos do pelotão profissional, existem seres humanos complexos com emoções, inseguranças e necessidades de validação. O ciclismo profissional está evoluindo para reconhecer melhor essas dimensões humanas do esporte.

As novas gerações de ciclistas podem aprender com essa saga que levou nove anos para encontrar resolução. A importância da comunicação aberta, do respeito mútuo e da capacidade de pedir e conceder perdão são lições que vão muito além das estradas da França ou das montanhas dos Alpes.

Bradley Wiggins encerra este capítulo de sua vida não apenas como um campeão do Tour de France, mas como alguém que encontrou a coragem de confrontar seus próprios demônios e buscar a paz. Sua história com Chris Froome, finalmente resolvida, permanecerá como um dos relacionamentos mais fascinantes e complexos na história moderna do ciclismo profissional.

Last modified: 28 de outubro de 2025

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